Juíza diz que Caiado usou cesta básica para comprar votos em Goiânia
outubro 25, 2024
Página inicialBRASILJuíza diz que Caiado usou cesta básica para comprar votos em Goiânia Juíza diz que Caiado usou cesta básica para comprar votos em Goiânia outubro 25, 2024 A juíza afirma que o governador Ronaldo Caiado e seu candidato à Prefeitura de Goiânia, Sandro Mabel, usaram a máquina pública para comprar votos
Porto Velho, RO - A juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, expediu decisão na noite desta quinta-feira (24) em que afirma que o governador do estado, Ronaldo Caiado, e seu candidato à Prefeitura de Goiânia, Sandro Mabel, ambos do União Brasil, usaram a máquina pública para comprar votos por meio de cestas básicas.
"Verifica-se que as condutas praticadas pelo Governador Ronaldo Caiado, em conjunto com o candidato Sandro Mabel, estão fazendo uso da máquina pública para angariar apoio político por meio do oferecimento de cestas básicas em troca de voto, configurando à prática de conduta vedada e abuso de poder político, haja vista que o governador faz uso de seu cargo e da sua autoridade para interferir no resultado das eleições", escreveu a juíza.
Ela fez menção específica a ações do programa Goiás Social.
O Governo de Goiás disse, em nota, ter recebido "com surpresa e estranhamento" a decisão e que o Goiás Social tem caráter continuado, com eventos abertos ao público.
"Prova disso é que cabos eleitorais ligados ao candidato do PL atuaram nas proximidades deles, como admite a própria decisão", disse a nota, afirmando ainda que o governador, "para evitar qualquer tipo de interpretação dúbia", já havia determinado a suspensão do programa desde a última segunda-feira (21), com retorno previsto para depois da eleição.
Mabel não se manifestou.
A decisão de caráter liminar ordenou que Caiado e Mabel "se abstenham de realizar atos políticos partidários praticando conduta vedada, em específico a entrega de benefícios eventuais com pedido de voto cumulada com a entrega de material de campanha".
A ação de investigação judicial eleitoral foi movida pela campanha de Fred Rodrigues (PL), candidato de Jair Bolsonaro à prefeitura da capital de Goiás.
Na peça entregue à Justiça, foram anexados vídeos em que eleitores dizem ter recebido benefícios paralelamente a pedido de voto em Mabel.
A ilegalidade teria ocorrido nos dias 17 a 20 de outubro. De acordo com a peça, nesses dias houve a distribuição de cestas básicas e outros benefícios paralelamente à presença de cabos eleitorais de Mabel, que teriam pedido votos e entregue material de campanha do candidato.
"No presente caso em questão, restou demonstrado pelas fotos e vídeos juntados aos autos que o Programa Social 'Goiás Social', ainda que seja um programa social em andamento pertencente ao governo do estado de Goiás, foi utilizado de maneira deliberada para promover o candidato à prefeitura de Goiânia Sandro Mabel, desequilibrando o pleito eleitoral, portanto, vedado pela legislação eleitoral", escreveu a juíza.
Além do abuso de poder político, a magistrada cita artigo da Lei das Eleições que veda a utilização de programas sociais de governo para promoção pessoal e eleitoral de um candidato.
A magistrada é a mesma que no último dia 14 também concedeu liminar à campanha de Fred Rodrigues determinando que Caiado e Mabel deixassem de usar as dependências do Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para reuniões eleitorais com vereadores e outros líderes políticos.
Fred e Mabel disputam o segundo turno em Goiânia, em uma eleição que marca uma queda de braço entre Bolsonaro e Caiado.
De acordo com pesquisa Quaest divulgada na última quinta-feira (17), Mabel tinha 46% das intenções de voto contra 39% de Fred -a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
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