Especialista da Faculdade Anhanguera comenta e alerta sobre o tema
Porto Velho, RO - A depressão é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “Mal do Século”. A doença, no sentido patológico, possui a presença constante de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com bastante frequência e podem combinar-se entre si, e pode afetar todas as faixas etárias, inclusive, os idosos.
Segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o tema, cerca de 13% dos idosos entre 60 e 64 anos foram diagnosticados com depressão. Já os de 65 a 74 anos aparecem com 11,8%. E, por último, os de 75 ou mais, com 10,2%.
Os dados preocupam especialistas em saúde mental, pois, grande parte dos idosos estão longe de núcleo familiar, sendo a solidão um fator determinante para o aumento dos números da doença nessa faixa etária. Esse fato foi mostrado inclusive em pesquisa publicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no passado, que apontou que a depressão é quatro vezes mais comum entre idosos que relatam se sentirem sempre sozinhos. A pesquisa revelou também que os níveis de solidão em mulheres idosas são mais altos do que os de homens, sendo a mulher o número maior com a doença.
Para a Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Daniele Buzatto Souza, é realmente mais comum que idosos que moram sozinhos apresentarem índices mais altos do que os moram com mais pessoas, porém existem outros fatores que também podem evidenciar a doença.
“Além da solidão, há outras motivações para o aumento dos índices de depressão entre os idosos. Uma delas é a desigualdade social, visto que, essa faixa etária precisa de cuidados médicos constantes sendo que nem todos têm acesso.
Muitos idosos enfrentam, ainda, estereótipos negativos e preconceitos com base na idade, o que pode afetar sua autoestima e qualidade de vida. Outro fato importante é que grande maioria dos idosos já são aposentados e não possuem uma rotina linear o que, consequentemente, pode trazer danos constantes para a saúde mental”, explica.
Confusão dos sintomas entre idosos
O diagnóstico da depressão em idosos pode ser difícil devido à semelhança com outras doenças mentais, apontam especialistas. Diferentemente do quadro em um jovem, em que os sintomas ficam mais evidentes, em pessoas mais velhas, a condição pode ser “mascada”. Nesse sentido, o paciente pode estar com alguma alteração cognitiva e os sintomas podem ser confundidos com depressão e vice-versa. A dificuldade de obter o diagnóstico também pode ocorrer também por negligência dos próprios familiares, que precisam estar atentos e ter uma escuta dedicada com os mais velhos, sem enfatizá-los.
Segundo Daniele, a depressão nos idosos podem vir acompanhada com alterações de humor, sintomas como dores frequentes, sonolência em excesso, insônia, falta de apetite, fadiga, tristeza profunda e apatia. A especialista ressalta a importância do núcleo familiar na observação dos idosos, como também a busca de orientação especializada caso haja necessidade.
“É importante que a família tenha um olhar delicado com os mais velhos, os apoiando a criar uma rotina, seja com atividades físicas individualizadas ou atividades em grupos e acompanhamento médico constante. Assim como qualquer outro grupo da população, os idosos têm os próprios problemas e precisam de uma escuta ativa seja da família ou de um especialista em saúde mental para auxiliá-los com o necessário”, conclui.
Fonte: Notícias ao Minuto
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