A Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Roraima decidiu nesta quinta-feira (11) criar uma subcomissão para deliberar sobre os pedidos de quebra de decoro parlamentar nº 01/2021, representada pelo PSL (Partido Social Liberal), e nº 04/2021, apresentada pela Mesa Diretora, contra o deputado Jalser Renier (SD) por práticas consideradas incompatíveis ao exercício parlamentar.

Jalser é acusado de ser o mandante do sequestro do jornalista Romano dos Anjos, há pouco mais de um ano. O parlamentar nega e se diz vítima de armação política. Outras sete pessoas foram presas por terem participado do atentato ao jornalista. Algumas delas integravam o quadro de segurança da Assembleia, na época em que Jalser era o presidente.

O parlamentar foi preso no mês passado, mas teve a prisão convertida em domiciliar pelo STJ. Antes disso, a Assembleia votou pela manutenção da prisão do ex-presidente da Casa.

A subcomissão é formada pelos deputados Jorge Everton (sem partido) – relator, Evangelista Siqueira (PT) – revisor e Lenir Rodrigues (Cidadania) como membro. Ela deve assegurar a notificação de Jalser Renier sobre as representações por quebra de decoro. Ele terá até cinco sessões ordinárias da Assembleia Legislativa para apresentar defesa escrita e provas.

Caso o parlamentar não apresente defesa, o presidente da Comissão de Ética, deputado Coronel Chagas (PRTB), nomeará um defensor dativo que terá o mesmo prazo para apresentação de documentos.

“Ele, apresentando a defesa, a subcomissão vai analisar a realização de mais algum procedimento, diligência, oitiva de alguma pessoa e, após isso, o relator designado vai preparar o seu relatório, submeter à Comissão de Ética e votá-lo”, explicou Chagas.

Trâmites

A Assembleia Legislativa recebeu, em 5 de outubro, documento protocolado pelo PSL pela quebra de decoro parlamentar em desfavor de Jalser Renier que foi encaminhado à corregedoria. Esta emitiu relatório opinativo, apresentado em seguida à Mesa Diretora da Casa, que deliberou pela segunda representação contra o parlamentar.

Os pedidos foram conduzidos à Comissão de Ética, onde se deliberou pela criação da subcomissão. “Caso a comissão entenda que não procede, que não houve quebra de decoro, é arquivado. Caso contrário, o parecer pela procedência da acusação e assim aprovado na Comissão de Ética, será encaminhado à Mesa Diretora e seguirá para a CCJ [Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final]”, disse Coronel Chagas. A documentação será analisada pela CCJ e, posteriormente, seguirá para apreciação em plenário.

Código de Ética

De acordo com o Código de Ética Parlamentar, o deputado que incidir na conduta incompatível com o decoro parlamentar estará sujeito à advertência verbal, censura escrita, suspensão ou perda do mandato.