As obras de 14 artistas indígenas roraimenses estão expostas na mostra “Moquém_Surarî’: Arte Indígena Contemporânea”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). Com o tema “Faz escuro, mas eu canto”, a exibição, que tem ao total 150 obras só de artistas indígenas, integra a programação da 34ª Bienal de SP e vai até o dia 28 de novembro. Oito deles apresentam a coleção que é carro-chefe da exposição, “Vacas nas terras de Makunaimî: de malditas a desejadas”, que interpreta uma realidade de Roraima: a criação de gado comunitária nas terras indígenas. A coleção tem 17 obras que retratam a relação dos Macuxi, Patamona, Taurepang e Wapixana com a pecuária indígena. A curadoria das obras está sob responsabilidade do artista macuxi, Jaider Esbell. Nascido na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, Esbell tem, além da obra nessa exposição, duas serpentes flutuantes de 10 metros de altura, instaladas no lago do parque Ibirapuera, em São Paulo. Os mais artistas com obras expostas são: Amazoner Arawak; Bartô; Bernaldina José Pedro; Carmézia Emiliano; Charles Gabriel; Davi Kopenawa; Diogo Lima Makuxi; Luiz Matheus Patamona; Elisclésio Makuxi; Fanor Xirixana; Isaiais Miliano; Joseca Yanomami Mauro Flores Taurepang.Para Esbell, a presença de artistas indígenas na Bienal de São Paulo - segundo evento mais importante do calendário mundial da arte - dá voz, presença e visibilidade às complexidades dos povos. "A gente está trazendo questões que apontam para o mundo, que questionam também ideias outras, de pureza, supremacia, e desses valores que causam conflitos e confusões, tristezas, mortes e sofrimento de um modo geral. São questões periféricas e ao mesmo tempo centrais”, pontuou o curador. O título da mostra "Moquém_Surarî’", se refere à narrativa macuxi sobre a transformação do Moquém em uma mulher que, nos tempos antigos, subiu aos céus à procura de seu dono que a havia abandonado. Uma vez no céu, Surarî se transforma na constelação responsável por trazer a chuva, marcando o fim do mundo e o começo de um novo.
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