O combate à hanseníase é o objetivo do Movimento de Integração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). Membros da entidade foram recebidos na Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), ocasião em que foram debatidas atividades que vão fortalecer a conscientização do diagnóstico e tratamento da doença.

Tradicionalmente, é nas visitas aos municípios do país que os representantes do Morhan estreitam relacionamentos e articulam ações de enfrentamento da doença.

O grupo foi recebido pela secretária da Semusa, Eliana Pasini, e pela secretária adjunta, Marilene Penati. Representantes da coordenação municipal de Hanseníase também participaram do encontro.

CAPACITAÇÃO

Durante a conversa, diversas tratativas foram elencadas, todas relacionadas ao planejamento estratégico de ações e promoção da campanha "Não Esqueça da Hanseníase", que envolve desde as capacitações dos agentes de saúde para o aprimoramento no atendimento dos contatos domiciliares, à promoção de palestras híbridas e discussões por meio das redes sociais para o público em geral, sempre tratando da sensibilização e da difusão de informações sobre a doença.

Para Artur Custódio, coordenador Nacional do Morhan e conselheiro do Conselho Nacional de Saúde (CNS), a reunião foi produtiva, uma vez que foi dado o primeiro e grande passo para fortalecer ações de combate à hanseníase no município.

DESAFIO

“Nosso maior desafio é avançar na eliminação da doença. E os estados da região Norte, historicamente, apresentam um alto índice de casos de hanseníase. Durante a pandemia, houve diminuição da atenção para essa doença”, revelou o coordenador nacional do Morhan. Ele acrescentou que foram anotados mais 50% de casos novos, comparados 2020 a 2019, no cenário nacional e mundial.

O coordenador destacou ainda que o município de Porto Velho será um dos primeiros a aderir à campanha "Não Esqueça da Hanseníase".

“Rondônia, historicamente, além de ter um índice alto da doença, sempre teve boas iniciativas de enfrentamento e o estado é uma das referências nacionais para cirurgias de reabilitação”, concluiu Artur Custódio. A previsão é de que as ações iniciem em Porto Velho na segunda quinzena de setembro.

Para a coordenadora municipal de Hanseníase, Sheila Nina Arruda, a reunião foi produtiva, com indicações de propostas que darão visibilidade à doença. “Estamos empenhados em unir forças para implementar as ações do Programa de Hanseníase. Vamos levar esclarecimentos sobre o diagnóstico precoce, tratamento oportuno, vigilância dos contatos, prevenção das incapacidades físicas e redução do estigma”, declarou.

NACIONAL

O Brasil é o segundo país do mundo em casos da doença. Em 2020, Rondônia ocupou a primeira colocação na região Norte e a quarta entre os estados brasileiros com a maior taxa de detecção da doença, diagnosticando 351 novos casos. Na capital, foram diagnosticados no mesmo ano 39 casos novos, porém, em anos anteriores, a média anual era de 70 registros.